segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Semana inicia com CCM (Complexo Convectivo de Mesoescala)

Novamente o estado foi atingido pela formação e passagem de forte instabilidade. Contudo hoje, diferente do fim de semana, o sistema convectivo de mesoescala que formou-se foi um CCM (complexo Convectivo de Mesoescala) conforme previsto pelos modelos numéricos e discutido em várias previsões.
Felizmente, devido ao grande destaque dado na imprensa para esta semana fenomenal (sob o ponto de vista meteorológico), muitas ações preventivas foram tomadas pelos gestores da administração pública para que os efeitos das precipitações intensas fossem ao máximo mitigados. Embora os eventos mais severos ainda estejam por acontecer (é o que indicam os modelos), pelo menos a passagem desses dois últimos SCM's não trouxe grandes transtornos, contudo houve alagamentos pontuais em algumas vias de Pelotas além de apagões na energia elétrica. O estrago foi maior nas demais regiões, segundo noticiado via twitter pela Radio Gaucha, as 18:50h haviam 14mil clientes sem energia elétrica no Estado. Como as tempestades atingiram regiões do interior do estado, é possível termos notícias de grandes estragos como destelhamentos em alguns locais, já que o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou com estação meteorológica automática rajada máxima de vento de 97,2 km/h na cidade de Canguçu. Não podemos desconsiderar que tenha ocorrido isso devido a intensidade das células que tivemos.
Os complexos convectivos de mesoescala são um tipo de sistemas convectivos de mesoescala, e tem o nome de complexo convectivo por tratar-se de um grande aglomerado de células de tempestade. Para serem classificados como complexo convectivo de mesoescala, algumas características devem ser observadas como: tempo de duração (de 6 a 12 horas), presença de jato de baixos níveis, convergência de umidade e variação na temperatura, e também o formato característico aproximadamente circular, além de é claro, a dimensão gigantesca.
A imagens abaixo ilustra a dimensão do CCM, notem que o sistema toma grande parte do estado.






A intensidade das células pode ser observada pela imagem do radar meteorológico. Locais com coloração vermelha indicam onde há grande quantidade de hidrometeoros, quando estas nuvens atingem alturas significativas (em torno de 11km) é grande a probabilidade da ocorrência de granizo, pois estas colunas de água ultrapassam a altura com temperatura de 0ºC possibilitanto assim a formação das pedras de granizo. Por outro lado, nem todas essas células produzem granizo no solo, pois durante a queda as pedras “descongelam” e caem em forma de gotas de chuva. Houve relatos de queda de granizo em vários pontos do estado no dia de hoje. Na região Sul do estado, houve reportes em Pedro Osório, Rio Grande e São José do Norte.







A previsão para amanhã é a manutenção do padrão sinótico de bloqueio que vem instabilizando a atmosfera e causando a formação desses sistemas convectivos de mesoescala. Amanha indiferente dos dias anteriores teremos a formação de sistemas desse tipo com muita chuva e temporais, alguns com potencial para provocar danos estruturais. Esse sistemas atingirão todo estado, mas as regiões com maior potencial de formação serão as regiões oeste, norte e noroeste, com o sistema se deslocando para leste ao longo do dia e atingindo as demais regiões. A sensação será de abafamento em todas as regiões devido aos valores altos de umidade relativa do ar.










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