Parte das regiões Sul e Centro-Oeste estão sendo atingidas por chuvas intensas e tempestades acompanhadas de descargas elétricas nos últimos dias.
As tabelas 1 e 2 contêm dados de precipitação das estações automáticas do INMET dos últimos dias em Santa Catarina e no Paraná, respectivamente. Em SC, os acumulados entre os dias 5 e 6 de junho foram de 44.6 mm em Florianópolis, 56.6 mm em Lages e 75.1 mm em São Joaquim. No PR, os acumulados entre os dias 6 e 7 de junho foram de 140.7 mm em Ivaí, 144.5 mm em Castro e 149.6 mm em Curitiba.
As tabelas 1 e 2 contêm dados de precipitação das estações automáticas do INMET dos últimos dias em Santa Catarina e no Paraná, respectivamente. Em SC, os acumulados entre os dias 5 e 6 de junho foram de 44.6 mm em Florianópolis, 56.6 mm em Lages e 75.1 mm em São Joaquim. No PR, os acumulados entre os dias 6 e 7 de junho foram de 140.7 mm em Ivaí, 144.5 mm em Castro e 149.6 mm em Curitiba.
As chuvas provocaram
transtornos em diversas cidades, tais como:
05/06
|
06/06
|
|
Florianópolis
|
7,4 mm
|
37,2 mm
|
Lages
|
8,4 mm
|
48,2 mm
|
São Joaquim
|
13,6 mm
|
61,5 mm
|
Tabela 1 –
Precipitação em SC nos dias 5 e 6 de junho.
06/06
|
07/06
|
|
Castro
|
85,7 mm
|
58,8 mm
|
Curitiba
|
54,4 mm
|
95,2 mm
|
Ivaí
|
40,0 mm
|
100,7 mm
|
Tabela 2 –
Precipitação no PR nos dias 6 e 7 de junho.
A estação do INMET de Paranapoema(PR) registrou rajada de vento de 85 km/h.
Estes transtornos estão ocorrendo devido a alta instabilização da atmosfera, e esta por sua vez decorreu inicialmente devido a intensificação de uma região prolongada de baixa pressão (cavado) sobre a porção sul do Brasil, esta intensificação originou em um processo conhecido como Ciclogênese, ou neste caso, Ciclogênese explosiva devido á queda abrupta da pressão atmosférica. Analisando as cartas sinóticas disponibilizadas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Fig. 1, nota-se que dentro de 24 horas o ciclone extratropical diminuiu em 28 hPa sua pressão, ou seja, mais de 1 hPa por hora que segundo a literatura é denominada como a Ciclogênese Explosiva já citada anteriormente. Associada a esta condição, nota-se a presença de um Vórtice Polar. Esta configuração acarretou em nevascas no Sul da Argentina nos dias 5 e 6 de Junho (Fig. 2).
Figura 1. Cartas sinóticas do dia 04 e 05 de Junho as 12 UTC.
Na figura acima nota-se a presença de um ciclone extratropical indicado pela letra B (Baixa Pressão) na porção sul da América do Sul, este se intensifica do dia 04 para o dia 05 e seu ramo frontal frio atinge as regiões Sul do Brasil.
Figura 2. Imagem do satélite MODIS.
Desde o dia 04/06 formaram-se dois ciclones extratropicais ao sul do RS consecutivos, o ramo frontal frio do primeiro atuou na região sul do Brasil entre os dias 04, 05, 06 e 07, sendo que permaneceu estacionário entre o norte do RS e SC nos últimos dois dias. Neste domingo uma nova frente fria se originou associada ao segundo ciclone e ficou estacionária nestas regiões durante boa parte do dia e após isso avançando pelo continente.
A atuação seguida destes sistemas frontais provocou precipitações torrenciais e tempestades em parte da região Sul do país. Estes geraram Linhas de Instabilidade (LI) e frentes de rajada.
A ocorrência destas configurações atmosféricas foi facilidade por um bloqueio atmosférico em médios e altos níveis, que impediram o avanço dos sistemas frontais para dentro do continente, forçando-os assim, a ficar estacionários sobre a parte sul do Brasil.
A atuação seguida destes sistemas frontais provocou precipitações torrenciais e tempestades em parte da região Sul do país. Estes geraram Linhas de Instabilidade (LI) e frentes de rajada.
A ocorrência destas configurações atmosféricas foi facilidade por um bloqueio atmosférico em médios e altos níveis, que impediram o avanço dos sistemas frontais para dentro do continente, forçando-os assim, a ficar estacionários sobre a parte sul do Brasil.
Figura 3.Descargas elétricas associadas sobre o Sul, Centro-Oeste e Sudeste ontem (08/06)
às 16:00 (horário de Brasília).
Na figura acima nota-se a formação de uma linha de instabilidade (LI) com alta atividade elétrica, causando tempestades.
Abaixo está uma imagem do satélite Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), onde é possível observar a estimativa de precipitação acumulada na ultima semana, nota-se que para regiões de SC e PR estes valores ficam entre 500 e 700 mm aproximadamente. Lembrando que é uma estimativa, os valores podem estar sendo superestimados, porém, mesmo com isto, a magnitude dos acumulados foi impressionante.
Abaixo está uma imagem do satélite Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), onde é possível observar a estimativa de precipitação acumulada na ultima semana, nota-se que para regiões de SC e PR estes valores ficam entre 500 e 700 mm aproximadamente. Lembrando que é uma estimativa, os valores podem estar sendo superestimados, porém, mesmo com isto, a magnitude dos acumulados foi impressionante.
Figura 4. Imagem do satélite TRMM (Disponível em: http://trmm.gsfc.nasa.gov/).
Na figura abaixo, está o acumulado de precipitação para o estado do Paraná deste ultimo Domingo (08/06/2014).
Figura 5. Acumulado de precipitação para o estado do PR
.
Figura 6. Animação das imagens do satélite GOES 13 no canal realçado.
Na animação acima (04/06 á 08/06) pode-se observar o desenvolvimento e avanço do sistema que provocou inúmeros transtornos para a população de RS, SC e PR.
Segue uma parte do texto publicado pela Defesa Civil de SC sobre o evento:
"O
registro de municípios afetados pelas chuvas se mantém em 24 cidades. No
entanto na manhã desta segunda-feira (09) mais uma cidade decretou Situação de
Emergência. Major Vieira comunicou a Secretaria de Estado e já encaminhou a
documentação.
O número de
desalojados ainda não teve alterações. Segue a estimativa de 16 mil, conforme
comunicados dos municípios. Já desabrigados são cerca de 670 desabrigados.
Volume de
chuva nas regiões do Planalto Norte, Alto e Médio Vale do Itajaí e Litoral
Norte, foram às regiões com maiores acumulados de chuva nas últimas 96h (entre
8h do dia 05/06 às 8h do dia 09/06/14): Corupá 462,6mm, Jaraguá do Sul 374,8mm,
Três Barras e Porto União 334mm, Schroeder 330,6mm, Papanduva 326,2mm, Monte
Castelo 315,4mm, Rio Negrinho 305,6mm, Canoinhas 301,6mm, Massaranduba e
Joinville 297,2mm, Itaiópolis 294,6mm, Balneário. Barra do Sul 276 mm, Luiz
Alves 271,2, Timbó 261,4mm, Ilhota 259,8mm, Benedito Novo 253,8mm, Rio do Sul
206,2mm."
Abaixo está uma foto disponibilizada pela Defesa Civil - SC de uma das cidades atingidas.
De acordo com o boletim da Defesa Civil do
estado do PR divulgado às 11h30 desta segunda-feira, chega a 55.659 o número de
pessoas atingidas, em 86 municípios paranaenses. Em todo o Estado, 7.530
pessoas ficaram desalojadas e 2.436 estão desabrigadas. Segundo o levantamento,
2.286 pessoas permanecem em abrigos. Nove pessoas morreram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário